O lado ruim (ou não) desse processo é que a internet vem se tornando cada vez mais concorrida, exigindo investimentos e esforços para que as empresas se mantenham competitivas.
Entre esses investimentos está o CRO, que é a sigla para o termo “Convertion Rate Optimization”, ou “Otimização de Taxa de Conversão” em português.
Mas o que é o CRO na prática? E o que viria a ser a tal taxa de conversão?
O CRO é o conjunto de atividades que visam melhorar a taxa de conversão, que nada mais é que o percentual de usuários que cumpriram um objetivo dentro de uma página na web.
Exemplo rápido: Uma página de produto de uma loja virtual obteve 1.000 acessos de visitantes e desses, 10 efetuaram uma compra.
Nesse caso, a taxa de conversão mensal dessa página de produto é de 1%, um número até que razoável para lojas virtuais, mas com possibilidade de melhora.
Ainda nesse exemplo, suponhamos que o dono da loja virtual tenha como objetivo realizar 20 vendas desse mesmo produto no próximo mês.
Existem duas formas de alcançar essa meta.
A primeira é atraindo 2.000 visitantes para a página de produto, considerando a taxa de conversão de 1%.
A segunda é através da otimização da página para aumentar a taxa de conversão sem a necessidade de atrair novos visitantes.
Por exemplo, se a taxa de conversão fosse otimizada para 2%, a meta proposta pelo lojista seria atingida.
O termo conversão não se refere somente ao número de vendas, e sim para qualquer objetivo principal de uma página.
No caso do exemplo de uma landing page de um e-book gratuito, 1 conversão é igual a 1 pessoa que baixou o e-book.
Já no caso de um post de blog, 1 conversão pode ser igual a 1 pessoa que assinou a newsletter para receber novidades via e-mail.
Qual a importância de possuir boas taxas de conversão?
Melhora nos resultados de marketing e vendas.
O benefício mais claro de uma boa taxa de conversão é o aumento do número de pessoas que fazem uma ação de interesse da empresa em suas páginas de site ou loja virtual.
Isso significa mais vendas, pedidos de orçamento, leads para e-mail marketing ou interações.
Isso por si só já justificaria os investimentos em CRO, porém ainda existem outros benefícios da otimização das taxas de conversão das páginas de seu site.
O CRO também tem influência sobre o ROI das suas ações de marketing. O ROI nada mais é que o retorno sobre investimentos de marketing que você realiza.
Por exemplo, uma empresa que investiu 500 reais em anúncios de Facebook e gerou 1000 reais em vendas apresentou um ROI de 200%.
Mesmo que você tenha uma ótima estratégia de marketing bem alinhada com o seu público-alvo, sem a aplicação de CRO nas páginas do seu site, algumas vendas deixaram de acontecer afetando o ROI.
Quando o assunto é empreendedorismo, todos os esforços mesmo que mínimos, são importantes para estar na frente ou, pelo menos, acompanhar as grandes empresas.
Mesmo que o CRO pareça ser uma gota d’água dentro de um rio, ele é muito importante considerando a totalidade do seu negócio.
Melhora na performance da página nos mecanismos de busca
O CRO auxilia também na performance da sua página nos mecanismos de busca.
Pense o seguinte: empresas como o Google, Bing e Yahoo! tem como objetivo oferecer a melhor resposta nas primeiras posições de uma pesquisa.
Para isso, os mecanismos de busca levam em conta diversos fatores, mas nesse caso é importante falarmos sobre apenas um deles: a taxa de rejeição.
Para entendermos como funciona a taxa de rejeição, refletiremos agora em duas situações exemplos para uma landing page de um e-book.
Situação 1 – O usuário acessa a página, lê o conteúdo e depois sai sem efetuar nenhuma ação.
Situação 2 – O usuário acessa a página, lê o conteúdo e preenche o formulário para download do e-book.
Agora vamos às conclusões.
Na situação 1 o usuário rejeita o site e não efetua nenhuma ação. Se essa ação ocorre com frequência, a tendência é que a performance da landing page caia nos mecanismos de busca.
O percentual de pessoas que acessam uma página e a abandonam sem efetuar nenhuma ação se chama “taxa de rejeição”.
Já na situação 2 o usuário baixa o e-book o que aumenta a taxa de conversão e ainda por cima reduz a taxa de rejeição, visto que o usuário performou uma ação.
Ou seja, além de aumentar a taxa de conversão, o CRO também reduz a taxa de rejeição o que é visto com bons olhos pelos mecanismos de busca.
Uma taxa de rejeição sadia gira entre 25% e 70% no geral. Caso sua taxa de rejeição esteja abaixo ou acima dessa média, algo está errado.
Melhora na experiência do usuário com suas páginas
Se existe algo que desanima qualquer pessoa é acessar uma página da internet que oferece uma experiência terrível.
Se as páginas do seu site são lentas, com poluição de informação, com muitas distrações é provável que sua taxa de conversão seja muito baixa.
A otimização de conversão não visa somente garantir mais ações do usuário na página, mas também oferecer uma boa experiência enquanto navega.
Ou seja, uma boa taxa de conversão é resultado de uma boa experiência do usuário na página.
Conhecido como UX design, o Design de Experiência do Usuário é o campo que estuda como oferecer uma boa experiência para o usuário de um produto, seja ele físico ou digital.
Por isso é muito comum a contratação de UX designer para acompanhar esse processo.
CRO na prática – Como otimizar a taxa de conversão de uma página?
Você não precisa de uma grande equipe para realizar o processo de CRO, porém é importante contar com profissionais da área de marketing e UX Design para efetuar o processo.
Veja agora como realizar o CRO de uma página
1- Análise da página a ser otimizada
A primeira coisa a ser feita dentro de um processo de CRO é analisar se a sua página precisa mesmo ser otimizada.
Para isso, basta analisar como estão as taxas de conversão e rejeição. Se a taxa de conversão estiver baixa e a de rejeição alta, então é provável que sua página precise de otimização.
Para obter a taxa de conversão basta calcular a porcentagem do total de visitantes que realizaram o objetivo principal da página, ou seja, que converteram.
Nesse momento é importante definir e anotar alguns tópicos importantes como:
- Atual taxa de conversão da página;
- Atual taxa de rejeição da página;
- Dados de entrada da página atual (como o usuário chegou até a página);
- Dados de saída da página atual (como o usuário saiu da página);
- Tempo de carregamento da página;
- Fator de conversão (número de vendas, downloads, assinaturas, doações, etc);
- Análise de um UX Designer ou profissional do marketing sobre a página atual;
- Se possível, um mapa de calor de uso da página também é interessante.
E se faltar alguns desses itens acima? Ainda é possível fazer a otimização de conversão de uma página?
Sim, porém é ideal possuir todas essas informações, pois assim você e sua equipe conseguirão obter mais insights para otimizar a página.
Se você possui o Google Analytics integrado ao seu site ou loja virtual, poderá colher as informações como taxa de rejeição, entradas e saídas do site por lá.
O tempo de carregamento da página pode ser calculado com uma ferramenta como o Google Pagespeed Insights.
Empresas como o Crazyegg oferecem serviços de exibição do uso de páginas da web com mapa de calor, o que é muito útil pra entender como o usuário se comporta dentro da página.
2- Definição de estratégias de CRO
Com essas informações já é possível pensar em mudanças na página para otimização da taxa de conversão.
Nesse ponto, muitas empresas erram por seguirem dicas de CRO sem a devida avaliação, o que não altera a taxa de conversão, ou ainda a piora.
Por isso os testes, que serão abordados no tópico 3, são tão importantes para comprovar a eficácia dessas estratégias.
Veja agora alguns exemplos de estratégias que podem gerar resultados.
Pop-ups
Os pop-ups são ótimos para aumentar a taxa de conversão de uma página, porém é importante utilizá-los com cuidado para não prejudicar a experiência dos usuários.
Evite mostrar o pop-up logo após o carregamento da página, visto que as pessoas nem mesmo iniciaram a leitura.
No caso do pop-up do nosso e-book 6 Passos para criar sua loja virtual, ele somente aparece se o usuário demonstrar intenção de deixar o site.
Dessa forma nós não prejudicamos sua leitura e ainda oferecemos um conteúdo de qualidade para você.
CTAs
Os chamados Call-to-action são muito importantes e possuem diversas formas como botões, chamadas de texto e banners.
Como nesse caso existem infinitas possibilidades, é muito comum o teste de várias opções variando cor de botão, texto, posicionamento na página.
No geral, é interessante que o CTA principal esteja visível já na primeira visualização do site, sem a necessidade do usuário rolar a página para baixo.
Em casos de blog, também é interessante inserir CTAs ao longo do texto, como, por exemplo, uma chamada para baixar um material, apenas tome cuidado com exageros.
Uma dica importante para seu call-to-action é utilizar técnicas que ativam o senso de urgência e sempre focar nos benefícios que o usuário terá.
Vídeos
Os vídeos são considerados uma grande tendência no marketing digital, inclusive no Brasil, o Youtube é a rede social com maior número de usuários ativos, segundo o relatório We are Social 2018.
A realidade é que o conteúdo em vídeo oferece um conforto maior no consumo de conteúdo do que os textos e por isso são preferidos no geral pelas pessoas.
Além de uma boa produção, para que um vídeo ajude nas taxas de conversão de uma página é importante que ele possua legendas, para que usuários com deficiência auditiva entendam sobre o que o vídeo se trata.
Chats
A palavra chat remete a um passado não tão distante onde conversávamos através de programas como MSN e ICQ, porém eles ainda tem sua utilidade.
Muitas empresas implementam o chat em seus sites para que os visitantes possam tirar dúvidas em tempo real.
Outra novidade são os chatbots, que são robôs que coletam informações e respondem dúvidas dos usuários sem a necessidade de um intermediador.
A dúvida de uma pessoa pode ser fator decisivo para que ela deixe de converter em sua página, e disponibilizar uma opção de chat ajuda a resolver esse problema.
Retargeting
Para recuperar aqueles usuários que saem da sua página sem converter o retargeting é uma ótima opção.
Você já entrou em um site ou loja virtual e depois recebeu vários anúncios em outros sites ou redes sociais do mesmo produto ou serviço que visualizou?
Esse é o retargeting em ação.
Pense que as pessoas consomem uma grande quantidade de informações todo o dia, ou seja, é muito fácil esquecer daquilo que foi visto.
Por isso, nada melhor para sua taxa de conversão do que lembrar o usuário daquele produto que ele visualizou e não comprou.
3- Testando as estratégias
Aplicar estratégias sem efetuar testes é perigoso para sua taxa de conversão e nada recomendado.
Existem alguns formatos de testes para ambientes digitais, mas com certeza o mais utilizado no CRO é o teste A/B.
O teste A/B tem como objetivo comparar duas opções de páginas e descobrir qual delas apresentam melhor taxa de conversão.
E o melhor do teste A/B é que não há a necessidade de chamar o usuário para ir até sua empresa para o teste, visto que ele é aplicado no endereço original da página.
Funciona da seguinte forma:
- As duas páginas serão exibidas de forma alternada a cada visitante que acessar a página.
- Assim que um bom número de visitantes acessar ambas as páginas, a que apresentar a melhor taxa de conversão é escolhida como página oficial.
O teste A/B pode e deve ser feito diversas vezes testando vários elementos para que o potencial máximo de conversão da página seja atingido.
O Google Optimize é uma ótima ferramenta gratuita que possibilita a realização de testes A/B.
Conclusão – Otimizar para competir
O CRO é importante para empresas que desejam ser ou manter-se competitivas em um mundo globalizado e predatório.
E não é a toa que as maiores empresas do mundo investem pesado em otimizações como CRO e SEO, e testam seus produtos de forma constante para oferecer a melhor experiência.
Nesse post, focamos no CRO voltado para páginas web, mas ainda é possível efetuar o processo CRO em estratégias de e-mail marketing, automação de marketing e anúncios em redes sociais.
Abaixo você confere nossa postagem como infográfico.